"Ana Terra" da obra de Erico Verissimo


Ana Terra
Cap-1: Ana Terra era filha de d. Henriqueta e Maneco Terra, tinha dois irmãos Antônio, o irmão mais velho e Horácio. Tinham vindo de São Paulo para morar no Rio Grande, moravam em uma estância perto do Rio Pardo, no meio do nada, ali não havia calendário e nem relógio, os dias da semana eram guardados na memória e as horas pela posição do sol; calculavam a passagem dos meses pelas fazes da lua e era o cheiro do ar, o aspecto das árvores e a temperatura que lhe mostravam as estações do ano. Ana tinha por volta dos 25 anos e ainda esperava casar-se um dia, mas não sabia como pois, não conhecia nenhum outro homem além do pai e dos irmãos, seu pai não a deixava nem ir ao Rio Pardo com o irmão. Seu Maneco Terra e os filhos trabalhavam na lavoura de sol a sol, d. Henriqueta cozinhava e cuidava da casa enquanto Ana ia para a sanga lavar as roupas. Era na água parada da sanga que Ana conseguia ver sua imagem, já que na estância não tinha espelho. No alto da coxilha estava enterrado seu irmão mais moço, que morreu com a picada de uma cobra. Na beira da sanga ela lembrava-se de quando Rafael Pinto Bandeira passou pela estância, na hora de partir ele falou à ela que quando montassem cidades por aquelas bandas precisariam de moças bonitas e trabalhadoras, como ela. Antônio diz ao pai que deveria ir junto com Rafael Pinto Bandeira, mas Maneco diz que não criou filho pra ficar dando tiro por ai. Ana cantarolava as músicas que aprendera em Sorocaba enquanto lavava as roupas.
Cap-2: Ana teve a impressão de não estar sozinha ali na sanga, pensou em gritar , mas não gritou. Sentiu que o perigo vinha da outra margem da sanga, mas tinha medo de olhar. Quando caiu por si estava olhando para um home caído no chão, então ela correu para a lavoura chamar o pai e os irmão para olharem. Eles foram pra casa, pegaram as armas e desceram pra sanga, enquanto Ana contava à mãe o que tinha visto. Ana e a mãe olhavam pela janela quando avistaram o pai e os irmãos carregando o ferido na direção da casa.
Cap-3: Em pouco tempo os homens estraram na casa e deitaram o ferido em uma das camas. Foi só quando o pai pediu água quente que Ana viu o rosto do desconhecido, era de uma beleza que ela desconhecia, ao ver o peito do homem nu ficou envergonhada. Antônio pegou a faca que carregava na cintura e esquentou a ponta nas brasas do fogão e depois voltou junto ao ferido. Ana sentia vergonha de olhá-lo, mas ao mesmo tempo queria vê-lo, era como se aquilo fosse proibido ou pecado. Ela lembra de uma visita que fez a São Paulo com os pais quando tinha 18 anos. Antônio fez uma “operação” no ferido, tirando de seu ombro um pedaço de chumbo.  Maneco deixou o ferido deitado e ordenou que quando acordasse era pra lhe dar comida e mandar embora. Ana então viu algo brilhar e Antônio foi  na direção do olhar da irmã e pegou um punhal, eles então guardaram o punhal na gaveta com chave. Maneco mandou a filha vigiar o ferido pelo resto do dia, enquanto eles voltavam pra lavoura.
Cap-4: Todos já haviam jantado quando o ferido começou a se mexer. Quando ele abriu os olhos ficou olhando em volta, com um olhar meio vago. A família sem se mover ficou olhando o ferido. Maneco se aproximou e perguntou o nome ao estranho, com um sotaque de portunhol respondeu. Se chamava Pedro Missioneiro, não era índio nem homem branco, era mestiço. Pedro tirou do bolso uma carta que Rafael Pinto Bandeira havia escrito, dizendo que ele tinha servido por muito tempo suas tropas. Pedro alcançou a carta para Maneco, este retrucou-o dizendo que ali ninguém sabia ler, então Pedro leu a carta.
Cap-5: Ana Terra não conseguia entender como aquele forasteiro havia conquistado a confiança de seu pai. Maneco consentiu com a permanência de Pedro, mas somente até este recuperar as forças. Os dias iam se passando e Antônio e Horácio iam levar comida e trocar os curativos de Pedro. Os Terra estavam na lavoura quando Pedro aproximou-se para ajudar, como Maneco precisava de um empregado aceitou-o. no dia seguinte Pedro acordou antes de o sol raiar e foi ordenhar as vacas, quando d. Henriqueta acordou o leite já estava na porta da casa. Mas, Maneco ainda não tinha total confiança no desconhecido, por isso mantinham o punhal a chaves. Pedro ofereceu-se para domar um potro e os Terra o deixaram, realizou este serviço com muita facilidade. Foi ai que d. Henriqueta tomou gosto da presença do caboclo. Pedro construiu uma barraca de taquara no caminho da sanga e por ali foi ficando.
Cap-6: Pedro montou perto do curral um forno de barro, um dia saiu a cavalo e quando voltou trazia argila, ninguém perguntou pra ele o que iria fazer com aquela argila. Ele fez pratos de argila e deu-os à Ana. Com a barraca de Pedro no caminho da sanga nem lavar as roupas em paz ela podia mais. Numa noite chuvosa enquanto Ana e a mãe lavavam os pratos da janta, Pedro chegou na casa e pediu pra Maneco permissão de tocar uma flauta, Maneco concedeu para espanto de todos. Pedro começou a tocar uma música aguda, que entrava nos ouvidos de Ana, dando-lhe uma sensação estranha. Nos olhos de d. Henriqueta haviam lágrimas, ela também não fez questão de enxuga-las. Pedro então parou de tocar e Maneco perguntou-lhe onde havia aprendido a tocar instrumento, Pedro respondeu dizendo que tinha aprendido a tocar na mission. Maneco abriu a gaveta e entregou-o o punhal, Pedro pegou sua arma ainda no ar.
Cap-7: O verão ficava ainda mais quente. Numa noite de lua cheia, Horácio foi caçar e voltou com uma mulita magra, no dia seguinte a mãe preparou a mulita. Pedro recusou-se a comer pois, dizia que mulita era animal sagrado por ter ajudado Nossa Senhora e o Menino Jesus a fugirem dos soldados, Pedro então começou a  contar a lenda. Maneco não acreditava e dizia que Deus ajudava quem trabalhava e cuidava de sua vida.
Cap-8: Antônio voltou do Rio Pardo, na hora do almoço contava as noticias e falava do que tinha visto bailes, música e dança. Maneco sonhava em ter um grande trigal por ali, mas pra isso precisava de paciência. Ana nunca gostou de morar ali, queria morar na cidade porque lá as pessoas recebiam cartas, ela achava lindo uma pessoa receber cartas, mas seu pai não gostava de nada e dizia que das futilidades da cidade ninguém precisava, que lá só pessoa que tinha cargo no governo era importante. Antônio continuava contando as novidades, quando Ana ouviu o som da flauta de Pedro de longe, isso trazia pra si um certo incomodo, mas Ana sabia o que sentia. Desejava um homem, pensava em Pedro pois, ele era o único homem, fora seus irmãos e seu pai, que ela conhecia, porque no fundo Ana sentia ódio de Pedro. Ana fala pra mãe que estava se sentindo um pouco mal, d. Henriqueta mandou a filha se deitar, deveria estar assim porque o incomodo mensal estava por vir. Então Ana foi se deitar
Cap-9: Depois de terem jantado foram se sentar na frente da casa, era noite de lua cheia, estavam todos ali quietos quando Pedro se aproximou e pediu para se sentar ali com eles, então Pedro se sentou a uns cinco passos de onde estavam e olhou fixo pra lua. Dona Henriqueta quebrando o silêncio, pediu ao marido um cachorro, dizia que lhe fazia falta ter um animal. De repente todos avistaram um fogo longe, mas logo se apagou. Pedro então começou a contar a lenda da princesa que por ser muito ruim, haviam se transformado em uma lagartixa de cabeça brilhante. Mais tarde todos foram se deitar e Ana ouviu a mãe falar com Maneco, que nunca sabia quando Pedro falava a verdade ou mentia, Maneco respondeu a esposa dizendo-lhe que ele era um mentiroso.
Cap-10: naquele verão tinha feito uma seca danada. Todos haviam almoçado, Ana e a mãe lavaram os pratos e foram tirar a sesta; Ana voltou a sentir um mal estar, ergueu o vestido, mas não adiantou pois, o suor grudava o tecido no corpo, então pensou em ir tomar um banho no poço, mas o suor e o calor a grudavam na cama. Ana levantou-se e andou  na direção da porta se fazer barulho, abriu a porta e começou a andar na direção da sanga, Ana sentou-se colocou as pernas na água e deitou-se na terra, sentindo o calor da terra sob as nádegas. Ana escutou um ruído, olhou vagamente na direção do barulho pensando que pudesse ser algum animal, mas não fez o mínimo movimento, teve a sensação de ver o vulto de um homem, teve vontade de gritar, mas não gritou. Pedro foi aproximando-se de Ana. Pedro estava tão perto que ela sentia sua presença na forma de um ar quente, quando sentiu o corpo do índio sob o dela soltou um gemido.
Cap-11: Ana na verdade não sabia o que sentia por Pedro, se era nojo, amor ou ódio. Passaram-se alguns dias e eles continuaram a se encontrar por momentos rápidos e excitantes. Era por volta de outono quando Ana estava  na sanga lavando as roupas, como de costume, quando sentiu uma tontura acompanhada de náusea, então lhe ocorreu imediatamente que estava grávida. Não contou nada a ninguém em casa, nem mesmo sua mãe. Ana contou a Pedro e ele não teve nenhuma reação, a única coisa que lhe contara era que tinha visto dois homens enterrarem seu corpo, ela não entendeu muito, então Pedro entregou-lhe o punhal de prata que trazia na cintura. Passou alguns dias e Ana contou para sua mãe da gravidez, sua mãe disse que iriam contar aos poucos para Maneco, quando elas se surpreenderam com a presença de Maneco escutando a conversa das duas, e assim os irmãos de Ana ficaram sabendo também. Maneco entrou em casa, sentou-se numa cadeira de frente pra mesa e começou a chorar, em tantos anos de casado era a primeira vez que d. Henriqueta via o marido chorar.
Cap-12: Maneco Terra havia mandado os filhos levarem Pedro para longe, para matarem-no, os filhos obedeceram as ordens do pai, como sempre. Encilharam três cavalos, Ana viu tudo com grande tristeza no coração, mas não podia fazer nada pra impedir. Quando Antônio e Horácio voltaram ninguém falou nada, nem eles falaram.  Ana sentiu uma vontade súbita de cravar as unhas no rosto dos irmãos, mas não fez. Agora estava tudo perdido. Seus irmãos eram assassinos, d. Henriqueta não queria acreditar que os filhos tiveram coragem de cometer um ato tão cruel como aquele. Ana chegou a pensar em ir embora dali mas sua mãe não deixou. Os dias iam se passando, nem Maneco nem os irmãos olhavam pra cara de Ana, ela só sentava na mesa para as refeições depois que todos já haviam comido.
Cap-13: Antônio e Horácio mal trocavam palavra com a irmã, e quando lhe dirigiam a apalavra sempre de cabeça baixa, davam com o ventre da irmã crescendo. Quando não chovia Ana descia para a sanga agora com duas cargas, o cesto de roupas e a barriga crescida. Ana tinha a sensação que aquilo não passava de um pesadelo e logo ela acordaria. Era época em que os pêssegos do pomar já estavam quase maduros, quando Ana começou a sentir as dores do parto, ao ouvirem os gemidos os homens da casa encilharam os cavalos e saíram para o campo. Naquela noite nasceu o filho de Ana, Pedrinho, o cordão umbilical fora cortado com a velha tesoura de podar. No amanhecer os homens chegaram mas não perguntaram nada, quando Maneco foi pra lavoura Horácio perguntou a mãe coo estava a irmã, ela disse que ia bem. Uma noite após o jantar Horácio disse que já deviam estar no ano novo e Maneco falou com rispidez qual seria a desgraça do novo ano.
Cap-14: d. Henriqueta falou ao marido para levar o neto ao Rio Pardo para batizarem-no, mas Maneco recusou-se. Um dia iria aparecer um padre por aquelas estâncias e então batizariam Pedrinho. Quando algum viajante parava por ali para tomar um mate e perguntavam de Ana e o filho, d. Henriqueta apressava-se me dizer que a filha era viúva. Naquele inverno Maneco trouxe do Rio Pardo escravos de papel passado. Antônio já estava de casamento marcado para dali um ano, ao ver a irmã entrar na casa disse para ela não se deitar com os escravos. Ana se irritou com aquilo e então falou em alto e bom tom que os irmãos eram assassinos, Antônio se aproximou da irmã com a mão alta mas d. Henriqueta se pôs na frente e não deixou o filho bater na irmã.
Cap-15: Os anos iam e vinham e Ana esquecia de tudo com o trabalho.  De quando em quando chegavam noticias do Rio Pardo por ali, um dia chegou um viajante e contou a Maneco que Rafael Pinto Bandeira tinha sido preso. Maneco não fez o mínimo gesto. O ano de 81 trouxera muitos acontecimentos, Horácio fora pro Rio Pardo casou-se com a filha de um tanoeiro e estabeleceu-se com uma venda, tudo a contra gosto do pai. No mesmo ano Antônio casou-se com Eulália e vieram morar ali mesmo na estância no puxado que tinham feito no rancho. No ano seguinte nasceu Rosa a primeira filha do casal. Em uma tarde d. Henriqueta tinha ido se deitar com fortes dores do lado direito, vomitava tudo o que comia e quando Antônio terminou de encilhar o cavalo para buscar ajuda era tarde demais, ela já estava morta. D. Henriqueta tinha sido velada em cima da mesa, na noite após o enterro Ana e Pedrinho foram se deitar, estavam prontos pra dormir, quando ouviram um barulho na roca, era a alma da mãe, pensou Ana.
Cap-16: Maneco Terra realizou seu sonho, comprou sementes de trigo no Rio Pardo e lá conversou com alguns agricultores sobre como se planta o trigo. Durante o mês de junho do mesmo ano Maneco e Antônio prepararam a terra para o plantio.  Passaram-se alguns dias, e em uma manhã o sol mal havia raiado, enquanto os homens da casa tomavam chimarrão, Pedrinho entrou correndo na casa chamando pela mãe e gritando que o trigo já começava a pontar, Maneco largou a cuia do chimarrão e saiu correndo para ver a lavoura.
Cap-17: Quando as espigas começaram a aparecer, sempre que geava Antônio e o pai pegavam uma corda de ponta a ponta da lavoura e passavam a corda por cima das espigas retirando o gelo. Um dia a noticia de que os castelhanos estavam chegando nas redondezas fez com que os Terra trouxessem o gado e os cavalos para mais perto da casa. Pedrinho perguntou para a mãe do pai, e Ana respondeu que ele havia morrido antes dele nascer, Pedrinho pediu-lhe então o punhal de prata, Ana entregou-lhe.
Cap-18: Certa manhã Eulália e Ana estavam fazendo pão quando ouviram agitação na voz dos homens, foi quando chegou a noticia de que os castelhanos vinham na direção da estância. Ana gritou para o filho, que veio correndo ao encontro da mãe. Ana pegou no colo a filha de Antônio, Rosinha, e em uma das mãos pegou Pedrinho e gritou para Eulália vir com eles; eles fugiram em direção a sanga. No meio do caminho Ana mandou Pedrinho levar a tia e a prima para uma ‘caverna’ onde somente eles dois sabiam, então eles foram e Ana voltou para a estancia. Maneco então perguntou a Ana o que ela estava fazendo ali, e ela disse que os castelhanos iriam ver o cesto de roupas e deduziriam que ali tinha mulher, seu pai avisou-lhe o que poderia acontecer, mesmo assim ela ficou. Os castelhanos foram se aproximando, não pensaram em conversar, foram logo brigando com Maneco e Antônio e os empregados, já estavam matando os homens. Os homens entraram na casa e começaram a perguntar pra Ana onde estava o dinheiro, e ela não respondia. Então os homens começaram a pegar Ana, rasgaram lhe o vestido e deitaram-na no chão; Ana reluta e gospe no chão, mas os homens começam a rir. O capitão foi primeiro.
Cap-19: Ana sentia o cheiro daqueles homens e relutava, mas eles não davam bola, foram um por um, um atrás do outro, tanto foi que chegou a um ponto onde ela perdeu os sentidos e desmaiou. Quando Ana recobrou os sentidos e olhou por volta, tudo estava destruído, estavam todos mortos, olhou aqueles corpos atirados envolta da casa, foi quando ela se lembrou do filho e da cunhada então começou a descer em direção da sanga chamando pelo filho e pela cunhada, eles apareceram, Eulália não ousou perguntar nada pois, viu nos olhos de Ana o que tinha acontecido. Voltaram para casa e quando Eulália viu os corpos no chão e entrou em estado de choque, com a filha nos braços. Ana e o filho começaram a cavar os buracos onde seriam enterrado os corpos. Chegou a noite, eles se deitaram, Pedrinho a tia e a prima dormiram com facilidade, mas Ana não conseguiu pregar o olho. Ana já tinha desenterrado o cofre de dinheiro, que o pai tinha enterrado antes dos castelhanos chegarem. Ana estava preocupada com o novo dia que chegava, o que dariam de comer pras crianças? Se os castelhanos haviam levado tudo o que eles tinham.
Cap-20: O sol mal raiou e Ana ouviu um mugido, olhou para todos os lados e avistou uma vaca de longe, reconheceu que era Mimosa. Ana correu para buscar a vaca, abraçou o pescoço da vaca agradecendo a Deus pensando que o leite para as crianças estava salvo. Ana então pegou um balde amassado e foi tirar leite para as crianças. Quando Eulália e as crianças acordaram, levaram um susto com a vaca, mas ao mesmo tempo ficaram felizes. Pedrinho então disse pra mãe que deveriam fazer umas cruzes para cravarem nas sepulturas. Ana e o filho pegaram umas taquaras e uns cipós e começaram a fazer as cruzes, quando Ana cravava a última cruz lembrou-se de que não tinha verificado o coração de um dos escravos, então veio o remorso de ter enterrado um homem vivo, mas se isso aconteceu Deus a perdoaria. A noite caiu e Ana olhou para o alto da coxilha e avistou fogo, logo veio ao seu pensamento que deveriam ser carreteiros acampando, deitou-se e ficou rezando para que fosse quem fosse passasse por ali no dia seguinte.
Cap-21: Na manhã seguinte o sol já estava alto quando Eulália e Ana avistaram duas carretas se aproximarem. Ao chegarem mais perto, as carretas, um homem veio falar com Ana e Eulália, ele se apresentou como Marciano, Ana perguntou então para onde eles iriam e ele disse que iriam para a serra onde o tio avô de sua esposa estava criando um vilarejo. Ana pediu para ir com eles, Marciano falou com seus companheiros e familiares, eles permitiram. Ana e Eulália juntaram o pouco que tinha sobrado, fizeram uma trouxa e subiram nas carretas, a vaca Mimosa seguiu as carretas, mas um dia ninguém sabe porque Mimosa ficou pra trás. Quando avistaram a serra, a filha mais moça de seu Marciano faleceu de tosse. Ao subirem a serra Ana rezava para que os bois não caíssem naquele precipício. Finalmente chegaram onde seria o vilarejo, uma velha ao descer da carreta ainda reclamou do lugar.
Cap-22: O Coronel Amaral tinha nascido em Laguna e viera moço ainda para o continente. Ricardo Amaral tinha fama de se3r um bom homem e de prestigio no governo. Quando os castelhanos invadiram o continente, Ricardo Amaral havia lutado como tenente nas forças portuguesas. Todos ali em Santa Fé e na redondeza admiravam muito o Coronel Amaral, um dia ele voltou de Porto Alegre e começou a contar pros familiares o que tinha acontecido na capital, enquanto um escravo tirava-lhe as botas, ele contava que faltava muito pouco para transformar a vila em município. Ana então encontrou com ele na rua um dia, Ricardo perguntou quem era aquela moça bonita, Ana se apresentou e aproveitou o momento para pedir permissão pra ficar ali, ele então concedeu. Com a ajuda dos vizinhos Ana construiu uma casa de barro com palha no telhado, para morar ali com o filho a cunhada e a sobrinha, uma vez uma mulher estava dando a luz e mandaram chamar Ana pra ajudar no parto. Ana pegou a tesoura de poder e foi ajudar no parto.
Cap-23: O tempo passava e Ana via que ia ficando velha, via também que o filho ia ficando cada vez mais parecido com o pai, mas o gênio era de Maneco. No dia em que Pedro anunciou seu noivado com Arminda Melo, chegou ali a noticia de que a guerra estourava. Ricardo Amaral convocou todos os homens do vilarejo para irem guerrear, pois Veiga Cabral precisava de muitas forças. Ana então vai até a casa de Ricardo Amaral para pedir que Pedrinho não fosse pra guerra, mas não teve jeito, nenhum homem escapou da guerra, somente os inválidos e velhos. Ana e Arminda despediram-se de Pedrinho , assim como outras mulheres fizeram com seus maridos, noivos, namorados, irmãos. Ana esperava pela volta do filho. Os dias iam se passando e até mesmo nos sonhos Ana esperava angustiada.
Cap-24: Ana punha-se a fiar na roca para passar o tempo, enquanto fazia isso falava consigo mesma e ia concluindo que estava ficando caduca. Ana continuava a cortar umbigos umbilicais das crianças que nasciam, pois muitos maridos e noivos deixaram as mulheres grávidas antes de irem pra guerra. E quando fazia um parto Ana pensava se o pai daquela criatura estava vivo ainda. Nem a alma da mãe vinha lhe fazer companhia mais. No inicio do verão um viajante trouxe a noticia de que o coronel Ricardo Amaral havia morrido, então os soldados que haviam ‘sobrado’ voltariam, as mulheres ficaram muito felizes mas, tristes ao mesmo tempo. Ana chamou Arminda pra arrumarem a casa, pois algo lhe dizia que Pedrinho estava voltando.
Cap-25: Um dia Chico Amaral chegou com seus solados. Os filhos, irmãos, noivos e maridos que não vinham, as mulheres continuaram ali no meio da praça esperando, quando caíram em si começaram a chorar desesperadamente. Pedrinho voltou, abraçou a mãe e a noiva, ele tinha envelhecido nesse tempo de guerra, a barba estava grande e seu olhar triste. Começou o falatório de como o Coronel Ricardo Amaral tinha morrido, esse morreu nos braços do filho. Os soldados que haviam voltado contavam as proezas da guerra, mas Pedro nunca falava na guerra. Chico Amaral deu a noticia de que não faltaria muito pra vila passar a ser um município.  No inicio de 1804, nasceu o primeiro filho de Pedro e Arminda, era um menino e se chamava Juvenal. Eulália vivia em paz com o marido, e a sobrinha de Ana, Rosinha estava noiva do capataz do major Amaral. No inverno de 1806, Ana ajudou a trazer Bibiana ao mundo, sua neta, filha de Pedro e Arminda. Ana não gostou muito da neta, pois seria mais uma escrava. O tempo passou e todos voltavam a rotina de sempre quando chegou a noticia de que a guerra começava de novo, já estava certo de que Pedrinho iria pra guerra, Arminda rezava dia e noite. Ana já estava habituada ao vento, que até parecia entender o que ele dizia. Bibiana já era uma mulher feita e ouvia a avó dizer “Noite de vento, noite de mortos...”

Este resumo da obra de Erico Verissimo “Ana Terra’’ da série O Tempo e o Vento – O Continente I, foi feito especialmente para uma aula de literatura e foi escrito por mim, Alessandra Wolf Sandri, com intuito de instruir na hora da apresentação em sala de aulas. Resolvi postar esse resumo, com intuito de despertar nas pessoas o interesse da leitura do livro. Para chegar a esse resumo, foi preciso ler e reler a obra, cuja a qual eu amei, pois no livro você começa a ler e não quer parar mais sempre quer saber o que irá acontecer no próximo capitulo. Talvez o melhor romance de todos os tempos da literatura brasileira.

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