O Diário de Anne Frank - edição definitiva por Otto H. Frank e Mirjam Pressler
Acho que nunca me sentirei à vontade nesta casa, mas isso não significa que eu a odeie. Você sabe, é o silêncio que me deixa tão nervosa nos fins de tarde e à noite... Eu não me adapto a eles, e senti isso claramente nas últimas semanas. Eles são muito sentimentais juntos, mas prefiro ser sentimental sozinha. No futuro vou dedicar menos tempo ao sentimentalismo e mais tempo à realidade. Margot é uma moça, e as moças são sempre mais maduras do que os rapazes. Depois de três dias de olhares mal-encarados e silêncio teimoso, tudo voltou ao normal. Eu simplesmente deixo as palavras saírem de minha boca. Todo dia acontece alguma coisa, mas estou cansada e com preguiça demais para escrever tudo. Eu disse que ele costuma me dar tapinhas na bochecha, e eu não gosto disso. Eles me perguntaram, com um jeito tipicamente adulto, se eu nem mesmo poderia aprender a amar. Hoje, mamãe e eu tivemos uma discussão, digamos assim, mas a parte chata foi que eu caí no choro. ...mas n...